quarta-feira, 9 de março de 2011

Amores permissivos

Acordei assustado. Ao meu lado, um hálito de álcool, tabaco e canela. Era Remédios. Foi à única coisa que consegui lembrar: o hálito inconfundível dela. A noite anterior, nada. Estávamos nus. Por alguns instantes, no esforço de lembrar o dia anterior, ainda meio tonto, de ressaca, fiquei contemplando o belo corpo nu de Remédios. Ela começava a despertar. E percebeu a minha excitação. Deu o seu sorriso voluptuosamente irresistível, e pegou no meu membro ereto. Comecei tocá-la também. Não há nada mais prazeroso que acordar assim. Remédios beijou-me, com o seu hálito típico. Ela é um dos meus amores permissivos. Gemidos ao movimentar dos meus dedos. Sentia o seu desaguar de prazer. O seu cheiro genital. Algo inebriante. Mais gemidos. Os movimentos regulares em minha virilidade continuavam, elevando-me, fazendo-me flutuar. Mordidas na orelha, e algumas putarias ao pé do ouvido. Ela fica em cima de mim. Sinto-a quente e molhada, ao primeiro toque. Seus belos seios de bicos rosados ficam a altura da minha boca, esperando o acariciar da minha língua. Mordo-os, chupo-os, com violência e regularidade. Ela pede para maneirar, com o ar de excitação extrema. Acentuo a regularidade. O gosto levemente azedo de suas mamas me dizem ser o gosto inconfundível de Remédios. Todas as mulheres têm sabores peculiarmente distintos em seus seios. São os seus gostos particulares. Tapas, tapas e mais tapas. Mais e mais gemidos. Movimentos regulares de nossos corpos. Sinto as vibrações do corpo de Remédios de prazer. Ela puxa o meu cabelo e arranha as minhas costas. O suor inevitável dos corpos em cópula renitente. Remédios grita, sôfrega de prazer. Acentuo o ritmo. Os ruídos copulares ficam mais forte. E mais e mais forte. Ela grita, mais e mais. Tapas e mais tapas. Seu corpo vibra cada vez mais, sinto os seus espasmos de prazer, e ela está prestes a gozar, começa a perder a força e vai se entregando levemente. Os espasmos ficam mais fortes, e ela goza. Remédios tem um jeito peculiar de gozar: os seus espasmos corporais vão diminuindo lentamente. Continuo com o mesmo ritmo. Sinto o seu corpo entregue de prazer sobre o meu. Gozo em seguida, e ela sente o meu desaguar. Diz que sempre gosta de me sentir tendo prazer. Após isso, os nossos corpos, por inércia, caem moribundos de prazer, ela se enrosca em mim, e voltamos a dormir. Nada melhor que acordar e dormir ao lado de amores permissivos.
(Felipov)

7 comentários:

Camila Travassos disse...

Ainda não tinha lido nenhum texto felipoviano com característica tão próxima de alguns texto do Rubem Fonseca, o meu querido. Um texto erótico, no seu sentido literal: "que aborda ou descreve o amor sexual" (Houaiss).


Muito bom.
(:

Juliana Brandão disse...

Felipov escrevendo texto erótico sem ser vulgar... Gostei! =]

Juliana Brandão disse...

Ah,destaque para a última frase: "Nada melhor que acordar e dormir ao lado de amores permissivos."
Grande verdade! =]

Unknown disse...

;-0 interessante!!!!!! Gostei bastante!

Bia Mafra disse...

Bela descrição.

Anônimo disse...

Remédios, essa danadinha. xD

Anônimo disse...

Genial!

"Ela puxa o meu cabelo e arranha as minhas costas." Violêêência.

"Todas as mulheres têm sabores peculiarmente distintos em seus seios. São os seus gostos particulares."
Já ouvi isso antes.

Nicoly Uchôa. :D

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