sexta-feira, 18 de junho de 2010

Liberdade

Nunca tinha sentido
isso antes
O que o camponês sentiu
com o surgimento da cidade
O jacobino com a Revolução Francesa
O proletário com a Revolução Russa
Foi o que senti quando acordei hoje
Liberdade – foi o que senti
A liberdade de se preocupar consigo,
do eu ensimesmado,
do ter consigo,
do se ver em si –
não confundir com egoísmo
É apenas liberdade – o estar bem em si, só
Sem compromissos, obrigações, cobranças
É o ser na sua medida natural – se isso é possível
Contudo, ao pensar nisso, me veio
aquela sentença sartriana:
o homem está condenado a liberdade!
Estamos mesmo?? – fica a questão.
Adianto uma resposta: não sou livre,
pois tenho consciência do mundo –
deveras moderna, por sinal.

2 comentários:

Unknown disse...

Mais uma obra-prima Felipoviana, mas não o classifiquei como poema e sim como texto dissertativo sobre liberdade [nao significa que o nao esteja bom]. Como podes saber o que o campones sentiu? A noção de liberdade era/é a mesma? [Sendo chata!] Sem querer ou querendo, trabalhaste com noções de liberdade. Cada sujeito citado no "poema" encaravam a liberdade de uma maneira e a vivenciaram também de formas diferenciadas. Até tu mesmo encaras ela de forma particular a deles.
Enfim, após a chatice da análise, ficou bem legal! Mas prefiro os com conotações eróticas hauhauahuahauhaua.

Bj

Flaneur - Belém do Pará disse...

Sua liberdade é condenada, "embargada" pela consciência que tens do "rato à berna", numa sociedade vista com outras lentes: àquelas que te libertam, te prendem e te levam a morte na "caverna" pelos próprios companheiros.

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