segunda-feira, 12 de julho de 2010

Maria Flor

à Rafaelita

Conheço-a
Sei como é
Vi suas mudanças
e dissonâncias
com as teorias
sobre a vida
racionalmente
formuladas
E na mesma vida
testada, e nem
sempre comprovadas
Como sempre falo,
os sentimentos fogem
e se vão dando novas
conotações ao que
havia sido pensado

As mudanças
advindas
são bem-vindas
Ela ficou mais
leve, confiante
engraçada, bonita
bruta, seca, indiferente,
mal-tratando os corações
alheios com sua maldade
inata e avassaladora
que transforma alegria
em tristeza e
amor em ódio –
dramático, não?
Piadas a parte
Acredito,
que agora sim,
ela se encontrou

Gosto musical
refinado à brasileira
do sertão à Caetano
Na literatura, procura
erudição e diversão
ainda se encaminha
em leituras preliminares
Ela precisa ler os russos,
Drummond e Pessoa
Além da prosa, carece
ver a vida em versos

De um jeito
paradoxal
ela é uma
menina-menino
Síntese
de um jeito másculo
com toques da ternura
feminina
A força da Maria
e a ternura da Flor
Enfim, Maria Flor

(Felipov)